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Novo método de diagnóstico do cancro do estômago
2014/12/9
 

Investigadores portugueses desenvolveram um novo método para identificar se uma proteína é causadora de cancro do estomago através da análise de imagens de fluorescência da molécula E-caderina numa população de células. Esta ferramenta é capaz de quantificar e mapear a expressão desta proteína e, assim, ajudar a identificar quais os indivíduos com risco aumentado para desenvolver a doença.

 

 O estudo, que foi publicado no European Journal of Human Genetics, resulta de uma colaboração entre João M. Sanches, do Instituto de Sistemas e Robótica e do Departamento de Bioengenharia do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, que desenvolveu o algoritmo, e o grupo de Raquel Seruca, do Grupo de Genética do Cancro do Ipatimup - Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto.

 

O cancro gástrico é a quarta causa mais comum de cancro no mundo, e o cancro hereditário do tipo difuso (HDGC) é uma forma genética de cancro do estômago. Apesar de não ser muito frequente é clinicamente obrigatório identificar possíveis portadores genéticos da doença, pois trata-se de um cancro silencioso com elevada taxa de mortalidade se não houver intervenção atempada. O rastreio dos portadores da doença é realizado com recurso a testes genéticos que, numa percentagem de casos, cerca de 20%, não dão uma resposta conclusiva.

 

Por estas razões tem havido um grande esforço no sentido de colmatar as dúvidas criadas após o rastreio genético e é precisamente nesse campo que o algoritmo agora desenvolvido traz muitas vantagens porque ajuda a diferenciar as alterações genéticas causadoras de doença versus variantes genéticas sem importância clínica.

 

Do ponto de vista técnico este algoritmo é inovador porque não só permite aos investigadores escolherem as células mais representativas, como normaliza os resultados de quantidade e localização celular da proteína mesmo em populações de células muito heterogéneas, o que é uma característica comum em vários tipos de cancro e que dificulta a análise através de outras ferramentas analíticas mais clássicas. Todos estes detalhes asseguram resultados precisos e representativos do que poderá estar a acontecer em células vivas.

 

Em conclusão, estes mapas quantitativos de imagem ajudam a identificar com rapidez e confiabilidade os indivíduos portadores de mutações genéticas que estão em risco de desenvolver HDGC. E são estes indivíduos que devem ser colocados sob monitorização clinica apertada ou intervenção cirúrgica precoce.

 

Embora o estudo tenha incidido sobre a E-caderina e o HDGC, este método pode ser aplicado a outras proteínas e a outras doenças genéticas sejam elas oncológicas ou não.

 
 
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